sexta-feira, 11 de abril de 2014

Tailândia : Bangkok e arredores, no coração do Sudeste Asiático!


A Tailândia definitivamente é um país único no mundo. Nunca foi colônia de ninguém em momento nenhum de sua história (apesar de já ter sido ocupada pelos japoneses por um período e ter sofrido grande influência dos ingleses em tempos recentes); fato este que proporcionou aos tailandeses manterem a sua originalidade, suas peculiaridades culinárias e arquitetônicas, além de sua maneira particular de praticar o budismo. Monarquia secular, tem o rei há mais tempo sentado no trono em todo o mundo... simultaneamente, é governada com mãos de ferro por um partido intimamente ligado aos militares, que mandam no país há décadas... confuso não? O tailandês é muito simpático e sorridente, mesmo nos grandes centros urbanos... claro, como em todo lugar extremamente turístico, e o país é um dos top 5 mais visitados do mundo, existem aqueles que querem tirar vantagem e explorar os mais desavisados; mas está bem longe de ser um país perigoso e violento para o turista, como nos parece quando vemos falar sobre a Tailândia na TV. Apesar de não ser territorialmente tão grande, há grandes diferenças entre o norte, mais "selvagem"; o centro, mais "histórico" e o sul, terra das praias mais bonitas do mundo! Vamos começar nosso giro por este singular país em sua capital, Bangkok, o coração do sudeste asiático!


A capital tailandesa é realmente vibrante. Seja dia, seja noite, esta cidade está o tempo todo movimentada, com carros e os famigerados tuk tuks para todos os lados, das mais diversas cores, produzindo os mais diversos sons. O assédio é grande, a todo tempo um "tuk tukeiro" para ao seu lado e começa : " Tuk, tuk ? Tuk tuk ?". Se você não é muito fã de bater perna, não tenha receio de pegar um. Há muita lenda sobre os perigos de andar neste tipo de transporte por lá, então segue a dica : primeiro, combine o preço antes, depois não adianta chorar; segundo, combine o destino e tenha sempre um mapa ou smartphone com googlemaps à mão e, por fim, em terceiro lugar, enfatize que você quer ir diretamente ao lugar apontado, sem paradas para compras! Não tenha receio de ser ríspido e até gritar se necessário... os tailandeses tem "dificuldade" de entender algumas vezes, se é que vocês me entendem...

Bom, como somos mais adeptos da caminhada, não precisamos usar o famoso meio de transporte do sudeste asiático nenhuma vez em Bangkok. Contudo, andar nas ruas das grandes cidades asiáticas é um desafio! Parece que o pedestre não é uma prioridade por lá... para falar bem a verdade, o pedestre é um estorvo! Praticamente não há calçadas nas ruas. Quando existem, são estreitas, com vários postes no meio, vendedores ambulantes e... scooters, claro! Elas, que dominam o cenário, ocupam boa parte das calçadas da cidade, com poucas vagas de estacionamento. Algumas vezes, inclusive, pode-se vê-las circulando entre os pedestres, tranquilamente. Não se preocupe, a ordem no sudeste asiático é : aproveite, você se acostuma! Ah, não preciso dizer que o sinal vermelho dos semáforos significa, por lá, algo como : " Se você quiser arriscar atravessar a rua, a hora é agora!".


Bom, vamos ao nosso tour, propriamente dito, por Bangkok. Como eu (Juliano) já havia visitado a cidade 3 anos antes, procurei focar nos pontos principais e mais interessantes da cidade, que ao mesmo tempo mostrasse um panorama de como é realmente a Tailândia, sem perder as principais atrações turísticas. Ficamos hospedados na meca dos mochileiros do mundo inteiro, a Khaosan road. Famosa por seus letreiros coloridos, muito barulho, camelôs vendendo desde baratas (é isso mesmo, não escrevi errado não) fritas até carteiras de identidade de diversos países do mundo, jovens à procura de diversão, idosos à procura de se sentirem jovens novamente e nós; esta rua assusta no início, mas depois que você entra no clima, até acha divertido. Há lugares muito mais calmos e de melhor qualidade para se hospedar por lá (aliás, os preços de hospedagem na Tailândia são muito em conta!), mas a localização da Khaosan é insuperável!


A uma curta caminhada dali, está a principal atração da cidade, o imponentíssimo complexo do Grand Palace, com o não menos imponente Wat Phraw Kaew em seu interior. O Grand Palace foi por muitos séculos a residência oficial da família real tailandesa, uma das monarquias mais antigas do mundo, mas hoje é apenas museu, local de visitação e sede do templo mais importante do budismo tailandês, onde fica o cultuado buda de jade (que deve ser a foto proibida mais tirada do mundo!), objeto que motiva a peregrinação de milhares de seguidores da religião mais praticada do país!


Não vou me ater a detalhes descrevendo o local, e nem é este o objetivo destes posts, mas ele me espantou na primeira vez que lá estive e mais ainda nesta segunda, é um top 10 da viagem, seguramente! Ao lado do complexo de palácios, está um dos templos mais visitados da Tailândia, o Wat Po, que além de ser o maior da cidade, contém o maior Buda deitado de ouro do mundo! Aliás, o budismo tailandês tem essa curiosidade; o buda tem pelo menos umas 30 posições diferentes e em cada uma delas ele passa algum ensinamento. Deixamos lá as moedinhas para trazer-nos boa sorte na continuação da nossa jornada e continuamos a nossa caminhada.


Atravessando o rio que corta Bangkok ao meio, temos Thonburi, que em outros tempos era outra cidade e que já foi, também, capital do Reino de Sião (como era conhecida a Tailândia antigamente). Hoje, parte da nova capital, contém um dos templos que mais se destacam no "skyline" da cidade, o Wat Arun, composto por cinco torres em estilo Khmer (povos do norte da região, que hoje corresponde em grande parte ao Camboja), recobertas com cacos de porcelana chinesa. No alto da torre central, a mais alta delas, além dos vários detalhes da obra, temos uma belíssima vista do alto do outro lado do rio, o mais famoso e visitado.


Atravessando de volta ao lado de origem, continuamos nossa "pernada", agora com uma longa caminhada até outro templo, que fica no alto de uma colina, conhecido como Wat Saket, ou o Templo do Monte Dourado, por conte de uma enorme estupa (aquela estrutura cônica que, na maioria das vezes, serve de "morada" para restos mortais de reis ou pessoas muito importantes) dourada no seu cume. De lá, têm-se também uma belíssima vista da cidade! No caminho de volta a Khaosan road, ainda passamos no Wat Rachanada, conhecido como o Templo do Castelo de Metal, por conta de sua diferente estrutura metálica, parecendo até mesmo uma construção vitoriana. Pouco antes de retornar ao nosso hotel, cruzamos com o Monumento da Democracia... a sua feiura em meio a tão belos exemplares de arquitetura, mostra como ainda não conhecem bem a beleza da democracia por lá...


No dia seguinte, devidamente descansados e hidratados, porque andar com quase 40 graus na cabeça e aquela umidade toda não é nada fácil, fomos para a parte leste da cidade, caminhando, claro! Nossa primeira parada foi no palácio Chitlada, residência real quando sua majestade está na capital, e que não tem seu interior aberto ao público, apenas os jardins. Já seu vizinho, o palácio de Vimanmek, também um palácio real, é aberto à visitação e é o maior palácio construído todo em madeira que existe no mundo. Como curiosidade, vale a visita! Há ainda na cidade alguns outros templos, menos interessantes que os mencionados, mas muito bonitos; há também o mercado de flores e o mercado dos "ladrões". Pode-se visitar também a Chinatown de Bangkok e se centro moderno com shoppings gigantescos e luxuosos... mas nada disso era muito autêntico ou novidade, por isso decidimos "pular" e nos concentrar nas atrações mais interessantes.


Reservamos o dia seguinte para um tour clássico, mas obrigatório, para quem visita Bangkok, o mercado flutuante de Damnoen Saduak. Ok, ele é muito, muito, muito turístico... quando as hordas de turistas chegam (nós entre eles) os produtos frescos e mais interessantes e todo comércio feito entre os locais, já acabou. Ficam apenas os barqueiros transportando chineses e suas máquinas fotográficas por todos os lados e "camelôs aquáticos" vendendo qualquer tipo de bugiganga que você possa imaginar. Ah, é lá que os interessados podem tirar a clássica foto com cobra no pescoço. De lá, seguimos para uma cidade flutuante, onde as ruas na verdade são braços de rio (nada muito diferente do que acontece na amazônia) e voltamos para Bangkok ainda em tempo para o almoço.


Para terminar nossa visita por Bangkok e arredores, visitamos a antiga capital do reino, a bela cidade de Ayutthaya, com seus templos seculares e muito bem preservados, de arquitetura predominantemente Khmer e com estupas onde estão enterrados os primeiros representantes da atual dinastia dos Ramas. Lá também podemos encontrar um gigantesco buda deitado, desta vez feito em pedra, antigos palácios em ruínas e, para quem tem essa vontade, fazer um passeio de elefante pelas ruas desta cidade que representa muito para a história dos tailandeses. Visita obrigatória a todos que querem realmente conhecer esta rica cultura e entender o porquê do orgulho que sentem por seu país!


Bangkok foi nossa base nestes quase dois meses que rodamos pelo sudeste asiático, tendo frequentado seus aeroportos por 6 vezes neste período, entre saídas e chegadas. Não poderíamos ter escolhido cidade melhor; acolhedora, ao mesmo tempo que é cosmopolita, sofisticada, enquanto também é tradicionalíssima... gastronomia de primeira e atrações das mais exóticas e variadas possíveis! Não tem como não querer voltar várias vezes e se divertir muito em todas elas. Nossas aventuras pelo sudeste asiático começavam aqui... E começavam muito bem!!!

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