quarta-feira, 10 de abril de 2013

Culinária e Gastronomia na Guatemala e Belize


 
A culinária da América Central continental não é, digamos, a mais rica em variedade de sabores e criatividade. Não conseguimos apurar, contudo, as razões para tal. Tomando como exemplo a Guatemala, temos um país com um solo bastante fértil e grande variedade de hortaliças, frutas, legumes, diversos tipos de milho e grãos suficientes para fazer um dos melhores pães que já comemos. Apesar de tudo isso, os pratos por lá são sempre muito condimentados, apimentados e com o onipresente (urgh!!) coentro, que apagam todo real sabor da comida... Com essa variedade e oferta de alimentos, dava para variar muito mais! Em Antigua, por exemplo, os restaurantes mais procurados são os de culinária internacional, e não regional. Vejam bem, não estou dizendo que os restaurantes são ruins ou os pratos são mal feitos, muito pelo contrário!! Os restaurantes que visitamos sempre serviam comida de boa qualidade e bem preparada... mas parece que os tradicionais adotavam todos o mesmo cardápio, com 3 ou 4 pratos disponíveis da culinária local. Um que fugia um pouco a esta regra e que já foi frequentado até mesmo pelo Bill Clinton (o terceiro que visitamos pelo mundo e que tem fotos do ex-presidente americano!), o Fonda de La Calle Real, tinha uma variedade maior, mas sem fugir da base : carne picada, pimenta e coentro... com tortilhas (massa tradicional feita a base de milho) acompanhando. Há também uma variedade de ensopados de carne de frango, porco ou bovina... apimentadas e com coentro.

Na Guatemala você pode provar também bebidas típicas desta parte do mundo, como a Rosa da Jamaica (chá gelado de hibiscus, bem refrescante) e a Horchata. Esta última, inclusive, fez a Pati não esquecer de seu sabor por uma noite inteira! Bebida feita a base de água de arroz (como se fosse um arroz doce na forma de suco) é de difícil digestão e sabor marcante.
O café da manhã também não se parece em nada ao que estamos acostumados, assemelhando-se mais aos padrões americanos. Ovos, bacon, pães tostados e uma espécie de massa feita de feijão preto, bem densa e, digamos, nutritiva... Além, claro, das tortilhas. O café da manhã tradicional também existe, com bons pães, frutas e sucos...Aliás, a grande estrela gastronômica da nossa passagem pela Guatemala era presença obrigatória nas nossas manhãs, mas também nas tardes, nas noites : o café!!
Junto com Brasil e Colômbia, a Guatemala produz um dos melhores cafés do mundo. Equilibrado, ligeiramente adocicado, mas intenso, o café da região é sem dúvida o melhor que provamos até agora. A nossa referência era a rede de cafés Barista, espalhada por todo o país e que tem um café próprio muito saboroso; mas em qualquer lugar que pedíamos por um, era certeza que teríamos qualidade, mesmo em “botecos” de beira de estrada!


Em relação ao Belize, não dá para dizer que o país tem a sua culinária típica. A maior parte dos restaurantes seguem a tendência da cozinha caribenha, com misturas agri-doces nos temperos que acompanham peixes, lagostas (quando estão na época) e camarões; além do arroz de coco, frutas tropicais e banana frita. A maior parte dos bons restaurantes pertencem a cubanos, por isso o temido coentro fica de fora dos cardápios! Aliás, seguindo a origem multi-étnica do país, em Caye Caulker encontramos um ótimo restaurante italiano, mas também há mexicanos e até culinária chinesa. O melhor de todos, no entanto, é o los Habaneros, bem mais caro que a média da ilha (na verdade, com preços de São Paulo...) mas que entraria no ranking de qualquer publicação de melhores restaurantes de grandes capitais pelo mundo. Para comer bem e barato, tínhamos o Happy Lobster e o Bambooze, este último de frente para o mar, com assentos feitos por bancos suspensos por cordas, como balanços, e até wifi grátis! Nas “ruas” (que na verdade é uma só) ainda podemos encontrar uns rastafáris vendendo barracudas grelhadas embaladas em marmitas de isopor... não comemos, mas pareciam apetitosas!
 
Para encerrar o post, a avaliação das cervejas locais! A Guatemala possui duas principais, a Gallo e a... Brahva! Isso mesmo, a nossa brasileira Brahma está presente na Guatemala com “v” no lugar do “m” , por conta do significado da palavra original na pronúncia local (algo como cadela no cio...). Mais aguada do que na terra natal, é a cerveja mais barata, mas nem por isso a mais popular. A tradicional Gallo, local, é bem mais encorpada e saborosa, a preferida dos locais, e nossa também.
Em Belize, quem manda é a Belikin, que aparece nas formas Tradicional e Premium, tem sabor um pouco mais suave que a Gallo, mas ainda forte, longe daquelas cervejas draft que americanos e mexicanos tanto gostam... Na nossa preferência, entre as 3, vence a Gallo.
Não poderíamos deixar de citar também o rum guatemalteco, um dos melhores do mundo, e produtor do Zacapa, eleito o melhor do mundo por vários anos (os cubanos discordam...).
É isso, seguimos viagem, mas antes, vamos fazer uma boquinha...

        
 
 

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