sábado, 22 de fevereiro de 2014

China : Pequim e a Grande Muralha



Apesar de todos os pesares citados no post anterior, a China é um dos países que mais tem atrações interessantes em todo o mundo. A riqueza natural, arquitetônica e cultural do país acaba por compensar as dificuldades que um viajante independente pode encontrar por lá e equilibra com a falta de hospitalidade e dificuldade de comunicação com os locais. Começamos nossa jornada pela gigantesca capital do país, Pequim!

A capital chinesa (que não é a maior cidade do país, título pertencente a Xangai) passou-nos a impressão de sair a maior "cidade do interior" do mundo!! Pequim mantém ainda muito do provincianismo e dos hábitos tradicionais chineses, convivendo com modernos edifícios e tecnologia de ponta, especialmente nos bairros mais modernos e afastados do centro. Contudo, a Pequim "imperial", a cidade histórica, bem como seus moradores, ainda parecem viver um ritmo de vida de 100 anos atrás. Ficamos hospedados bem próximo à Torre do Sino, onde diversas hutongs (ruas mega estreitas por onde passam riquixás, pessoas, porcos, carros, motos...) da cidade medieval se entrelaçam e formam um gigantesco labirinto com diversos museus, restaurantes bacanas, lavanderias, casas, enfim, tudo que a sociedade da época precisava para viver. Lá encontramos diversos bons restaurantes e uma vida noturna bastante agitada.

A principal atração da cidade é, sem dúvida, a região dos arredores da praça Tiananmen, ou, Praça da Paz Celestial. Famosa pelos protestos de estudantes no final da década de 80, com a cena do rapaz que desafiou uma fila de tanques de guerra, lá se encontram a Torre do Tambor, o mausoléu do líder da China comunista, Mao Tsé Tung, prédios públicos e administrativos, o museu nacional chinês e uma grande área com enormes jardins onde, nos finais de semana, milhares de chineses vão passear com suas famílias, carregando bandeirinhas do país e tirando fotos de tudo que você possa imaginar!!
Acessar a praça não é fácil, além de passar pelo detector de metais e raio-x do metrô, passamos também pelos mesmos aparelhos antes de entrar no espaço... com centenas de pessoas uma tentando roubar o lugar da outra nas filas!! Contudo, a principal atração do local fica do outro lado da entrada principal da praça, a Cidade Proibida. Residência do Imperador por cerca de 500 anos, desde a Dinastia Ming até o final da Dinastia Qing (mais ou menos 1917), é considerado até hoje o maior palácio do mundo, com cerca de 9999 aposentos... Muito bem preservada, a Cidade Proibida (que tem esse nome por só poder ser frequentada pela nobreza e seus empregados) é um colosso bem no centro de Pequim, com sua arquitetura e objetos decorativos e de arte, além de vários museus! Dá para passar o dia todo e ainda ficar com sensação de quero mais... por isso, chegue cedo, evite as filas intermináveis e veja tudo com calma, o lugar realmente merece!!

Ainda falando sobre palácios, o Palácio de Verão também é espetacular. Formado, na verdade, por um complexo de palácios, lá podemos encontrar belíssimos exemplares da arquitetura imperial chinesa, um grande lago, bosque, jardins e uma réplica de uma tradicional vila medieval chinesa, cortada por um canal e repleta de restaurantes e lojas de artesanato tradicional. Imperdível!
Outro conjunto de atrações que não podem deixar de ser visitadas são os templos. É difícil dizer qual a religião predominante na China, os dados não são muito precisos e as crenças, muitas! A maior parte delas deriva de crenças tradicionais chinesas, mixadas com práticas budistas, como o Taoísmo. Várias vertentes do budismo também são praticadas, bem como o Confucionismo, baseado na filosofia de Confúcio, muito popular até hoje (vide frases compartilhadas no FB...). O complexo de templos mais famoso é, sem dúvida, o Templo do Céu. Composto por 3 grandes templos e alguns outros menores, em uma área extremamente arborizada, maior até mesmo que a da Cidade Proibida, é visitada por milhares (ou deveria dizer milhões, já que estamos na China...) de chineses em busca de elevação espiritual e turistas, em busca da exótica arquitetura destes templos! Outros templos que visitamos e que recomendamos uma visita são o Lamastério Yonghe, antigo conjunto de palácios imperiais, que tornaram-se abrigo militar e, atualmente, residência dos lamas; e o templo de Confúcio, principal local para os seguidores do confucionismo.


Não podemos de deixar de falar também da parte mais moderna da cidade, construída em função dos Jogos Olímpicos de 2008, disputados na cidade. O complexo esportivo, que contém entre outros edifícios, o famoso Estádio Nacional ("ninho de pássaro" é o nome que nós ocidentais demos e que eles abominam!) e o Cubo de Água, com seu formato retangular e gigantescas placas azuladas que fazem o prédio lembrar muito mais uma colméia azul que qualquer coisa relacionada com água. Ali por perto encontramos edifícios modernos, restaurantes caros e vários Shoppings. 

Por falar em shoppings, uma das grandes atrações para os turistas em Pequim são os "fake markets", como nós chamamos, e conhecidos por lá como "mercado de pérolas", "mercado de seda"... enfim, qualquer coisa que não lembre o que eles realmente vendem lá, as falsificações. A venda de produtos piratas é, além de proibida, bastante combatida nas ruas da cidade (contraditório, não?)... então tiveram que inventar estes gigantescos shoppings, paraíso das "muambas", dar um nome "fantasia" e agradar os milhares de turistas que lá vão unicamente para isso!! Um dos mais famosos é o Hongqiao pearl market.

E finalmente chegamos àquele que é o motivo de 10 em cada 10 pessoas que escolhem a China como destino turístico : A Grande Muralha. Eleita uma das 7 maravilhas do Mundo Moderno (a segunda da nossa viagem até aqui), já chegou a ter mais de 20 mil quilômetros (hoje não tem mais que 700 Km "de pé") e 7 metros de altura, erguida para proteger a China das invasões dos povos do norte, especialmente os mongóis; a muralha é realmente impressionante, especialmente no trecho em que fomos, com bem poucos turistas. Aliás, a escolha do trecho a ser visitado e o horário de chegada são fundamentais se você pretende passear com calma e tirar boas fotos.
Dá para ir por conta própria? Dá, você vai gastar bem pouca grana... mas vai visitar o trecho mais lotado (Badaling) e vai ter um bom trabalho para conseguir comprar os bilhetes de trem e ônibus necessários (lembre-se que é mais fácil encontrar um chinês loiro e com olhos azuis, que um que fale bem o inglês...). Sugerimos a visita ao trecho da muralha que fica em Mutianyu, região agrícola próxima a Pequim, e que tem um longo trecho de 6 Km restaurados, além de um trecho praticamente original, com muito mato e árvores, mas que mostra realmente como era a Grande Muralha! Além disso, lá você pode escolher descer do alto das "paredes" através de um escorregador! Não dá para ir para lá por conta própria, mas em várias agências ou no próprio hotel você compra um pacote de meio dia, com almoço incluso, que te deixa cerca de 3 horas andando pela muralha... Só certifique que seja um tour "no shopping", caso contrário vai passar 40 minutos na muralha e umas 2 horas nas lojas de artesanato! Escapamos dessa!!

Só para encerrar, como tivemos um tempo extra, fomos visitar o zoológico de Pequim, um dos maiores do mundo, mas um dos piores que visitamos... instalações mal cuidadas, animais sem tratamento adequado, falta de manutenção... triste, não recomendamos esta visita!
Ficamos 7 dias em Pequim mas poderíamos ter ficado muito mais. Conhecemos as principais atrações, mas muitas delas visitamos um pouco rápido... A cidade vale muito a pena e com certeza trocaríamos alguns dias da nossa próxima cidade na China, Xian, por mais alguns na capital do país... quer saber o porquê? Em breve, no próximo post!!

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