Após passar por Pequim e visitarmos várias atrações bastante interessantes, criamos uma expectativa muito grande a respeito da sequência da nossa viagem e os dois próximos destinos: a famosa e histórica Xian e a moderna e gigantesca Xangai, a maior cidade do país. Não sei se foi justamente por conta desta expectativa ou se os locais não são realmente tão interessantes, mas ficou um certo gosto de decepção.
Quando se dá uma volta ao mundo, é esperado ver coisas surpreendentes, diferentes... e estamos sempre esperando mais! Após visitar a capital do país, tomamos um vôo da Air China (boa companhia aérea) em direção a Xian, antiga capital do país, morada de importantes dinastias chinesas, local das mais importantes tumbas de imperadores e onde estão localizados os famosos guerreiros de Terracota! Como se pode notar, prevíamos mais 4 dias com muitas atividades pela frente... bom, prevíamos...
Muito pouco resta da Xian medieval. A principal atração da cidade, propriamente dita, é a grande muralha que a rodeia, que não tem sequer uma pedra da original... é extremamente bem feita, proporciona uma visão panorâmica de dentro do centro histórico, dá para passear de bike mas é completamente "fake", apenas uma réplica. Após ver tantas ruínas maias, templos, a Grande Muralha, confessamos que esta de Xian nos decepcionou bastante. Não foi aquele "algo mais" que estávamos nos acostumando a ver.
Além da muralha não resta mais muita coisa a se fazer na cidade. Há uma Torre do Sino e uma Torre do Tambor, como em Pequim, nada diferentes, alguns templos simples e shoppings... sim, muitos e muitos shoppings, nunca vimos tantos em tão pouco espaço, em média uns 3 por quarteirão, todos gigantescos!! Desânimo total, mas ainda havia a visita aos guerreiros de terracota no dia seguinte!
Acordamos cedo, fomos até a estação de trem, de onde saem os ônibus regulares para o local onde estão os guerreiros (que na verdade ficam em outra cidade, vizinha), tomamos um "chapéu" de uma chinesa que nos apontou o ônibus mais caro, mais desconfortável e pinga-pinga, e tomamos o rumo até o famoso mausoléu. Chegando lá, você compra um ingresso que te dá direito aos barracões, onde estão os guerreiros de terracota, e a uma espécie de parque, que contém as ruínas de uma suposta pirâmide, onde está enterrado um importante imperador (só vá a este parque se realmente não tiver nada melhor para fazer no dia...). Bom, como muitos já sabem, o exército de guerreiros, carruagens, cavalos e tudo o mais que você possa imaginar que dá para fazer com terracota, foram feitos para proteger o imperador Qin Shi Huang (o da tal pirâmide...), da dinastia Qin, no seu pós morte, e enterrados com ele em seu mausoléu.
Os barracões estão sempre muito lotados, mas com paciência dá para ver bem e tirar boas fotos... mas se você nos perguntar se vale a pena pegar 3 horas de vôo a partir de Pequim só para vê-los... sinceramente, a resposta, na nossa opinião, é não... a não ser que isso seja um sonho de infância, é melhor esperar que a próxima exposição sobre os tesouros da China volte ao Brasil e vá lá dar uma olhada! Para encerrar nossa estadia em Xian com chave de ouro, fomos fazer o check-out no hotel e a moça da recepção precisou ligar para o gerente para entender o que a palavra "check-out" significava!! A comunicação por lá era realmente um desafio!! Após a decepção em Xian, estava na hora de pegar mais um vôo da Air China, agora para Xangai.
Não chegamos com grandes expectativas à maior cidade do país, e uma das maiores do mundo... Em pesquisas prévias, já havíamos notado que não tinha muito o que se conhecer em Xangai. Cidade moderna e cosmopolita, uma das poucas em que não há muita dificuldade para se comunicar em inglês, era a oportunidade que teríamos para descansar um pouco da "correria" dos últimos 10 dias. Começamos pela atração mais conhecida da cidade e um dos "skylines" mais famosos do mundo, "the Bund"! Na verdade, the Bund é uma espécie de calçadão suspenso beira-rio e que tem como vista os maiores prédios da cidade e alguns dos maiores do mundo, com a torre de TV Oriental Pearl, de onde se pode ter uma bela vista aérea da cidade, e o centro financeiro da cidade.
Saindo dali, encontramos a rua mais famosa da cidade, a Nanjing, com seus vários restaurantes, shoppings, lojas e senhoras chinesas fazendo aquelas danças coreografadas em grupo, que algumas vezes ultrapassa as 50 pessoas. É bem interessante!
Há coisas tradicionais chinesas na cidade, poucas, mas que valem uma visita já que está por lá. Uma delas são os jardins Yuyuan, muito bem cuidados, com aqueles lagos cheio de carpas, cascatas, etc.
Ao redor destes jardins encontramos alguns templos e casas tradicionais, com restaurantes e lojas para agradar os turistas que visitam o local. Ainda falando em tradição, em uma curta viagem de metrô (aliás, o de Xangai é o mais extenso do mundo, e muito fácil de se usar) chega-se à cidade antiga de Qibao, a única ainda preservada na grande Xangai, onde se pode ter contato com uma real vila de pescadores, com aqueles canais e pontes curvas, além das ruazinhas estreitas e repleta de pessoas entrando e saindo das lojas de artesanato e "iguarias" chinesas, como filhotes de pato desidratados...
Um dos templos mais famosos de Xangai é o templo do Buda de Jade, mas deste nós passamos a vez... já estávamos bem saturados de templos budistas e este ficava um pouco mais afastado do local em que estávamos. Por fim, para finalizar nosso tour em Xangai, fomos ao bairro gastronômico de Xin Tian Di, formado por casas com arquitetura tradicional e diversos dos melhores restaurantes da cidade, incluindo um em que comemos um dos melhores guiozás da viagem. O local é completamente voltado para os turistas e homens de negócios estrangeiros... e os preços acompanham esse perfil. Ali ao lado, encontram-se também vários shoppings de luxo e "fake markets", claro!
Bom, Xangai é isso...e por aqui encerramos nosso tour por estes 3 grandes polos turísticos chineses. Nossa relação com o país oscilou muito entre o amor e o ódio, mas não podemos negar que a China é um destino obrigatório para qualquer um que quer realmente conhecer o mundo em que vive e ter experiências realmente marcantes muito além da Grande Muralha!!