segunda-feira, 5 de maio de 2014

Malásia e Camboja : Entre arranha-céus e templos


A nossa passagem pela Malásia e pelo Camboja foi bem rápida. Ao todo foram apenas 4 dias nestes dois países... tempo curto, mas bastante intenso, onde pudemos visitar aquela que, para nós, é uma das grandes maravilhas do mundo moderno : o complexo de templos de Angkor Wat!!


A Malásia foi, na realidade, apenas uma ponte entre a Indonésia e o Camboja. Como os vôos diretos estavam absurdamente caros, decidimos fazer este pit stop em Kuala Lumpur, a capital do país, e um dos principais hubs aéreos da Ásia. Para falar bem a verdade, não há quase nada para se fazer lá, caso você não seja um empresário viajando a negócios. Ficamos hospedados na "25 de março" de lá, uma rua de imigrantes chineses, coberta por uma espécie de toldo gigantesco e repleta, mas muito repleta mesmo, de lojas e camelôs onde quer que você olhasse, sendo quase impossível encontrar nosso hotel!


Próximo a esta rua, encontramos a parte antiga da cidade, ou o pouco que sobrou dela, com o Mercado Central e suas lojinhas de artesanato, sedas e bugigangas em geral, além de alguns restaurantes... nada muito espetacular ou diferente. De lá, pegamos o monotrilho, que percorre toda a cidade, e fomos até as famosas torres gêmeas Petronas, que já foram individualmente o primeiro e segundo edifícios mais altos do mundo e que ainda hoje são os edifícios idênticos mais elevados do planeta. Não conseguimos fazer o tour até seu topo; para isso precisaríamos ter reservado com 3 dias de antecedência, mas como só ficamos 24 horas por lá... fica para uma próxima! Após uma curta noite de sono, fomos ao pior aeroporto de toda a viagem (e o pior entre os mais de 80 que já visitei na minha vida!) e embarcamos rumo ao Camboja!


Eu (Juliano) já havia visitado o Camboja 3 anos antes e já tinha uma boa idéia de como as coisas funcionavam por lá. A nossa cidade de destino foi a turística Siem Reap, a cidade base para a exploração do mundialmente famoso e imponente complexo de templos de Angkor Wat. Sabia, por exemplo, que o Camboja seria o lugar para ficarmos muito bem acomodados e ter todas as mordomias que uma volta ao mundo não nos permite ter, pelas óbvias razões financeiras... Lá ficamos hospedados em um resort 4 estrelas com todo o lazer possível, desde piscina até spa, café da manhã farto e excelente localização pela bagatela de 40 dólares a diária!! Sim, mesmo sendo a cidade mais turística do país, tudo é muito barato!


O Camboja é um dos países do sudeste asiático que mais sofreu no período pós-colonial. Ex-colônia francesa (resta muito pouco da sua influência por lá...), ficou durante anos em uma sangrenta guerra civil que dizimou mais da metade da população e que deixou uma "herança" de muita pobreza e muitas minas terrestres ainda ativas ao longo de todo território do país. Apesar de tudo isso, é um dos povos mais sorridentes que encontramos na viagem. Povo muito amistoso, solícito e amável, estão a todo tempo tentando fazer de tudo para te agradar! 


Para conhecer o melhor do complexo de Angkor são necessários no mínimo 3 dias, que é o período médio que os turistas ficam por lá. Aliás, os ingressos para o parque são somente de 3 tipos : 1 dia, 3 dias e 1 semana. Um dia é impossível, você vai deixar de ver muita coisa bonita e importante; creio que ninguém que se desloca para o outro lado do mundo o faz pensando em ver as coisas "por cima". Uma semana é bastante tempo, dá para ver realmente tudo e com a calma necessária para apreciar, explorar e aproveitar tudo que estes espetaculares e complexos templos têm a oferecer.


Não tínhamos todo este tempo disponível para ficar por lá, nosso visto para a Índia já estava para vencer e ainda tínhamos todo o Vietnã para visitar... então optamos pelo esquema que havia feito quando fui pela primeira vez, o de 3 dias. O primeiro dia do tour é, na verdade, uma espécie de introdução ao complexo, com uma visita de final de tarde a um templo que fica no alto de uma colina e de onde se pode admirar um belíssimo pôr-do-sol...quando ele aparece, claro, coisa que é meio uma "loteria" no verão do sudeste asiático e época de monções. Acabamos não conseguindo entrar no templo também pelo fato da Pati estar com joelhos e ombros expostos... nós e quase todas as estrangeiras que lá estavam, já que é impossível usar calça e cobrir os braços com um calor de mais de 40 graus e muita umidade mesmo no final da tarde!


Para fazer o tour de 3 dias é necessário um guia. Alguns até tentam fazer de bike, mas se arrependem logo no primeiro dia; o calor é insuportável, a umidade gigantesca e as distâncias muito grandes. Além disso, não há muitos lugares para guardar a bicicleta e você acaba não aproveitando tanto tudo que o local oferece. O que todos fazem, que é o recomendado, é contratar um tuk-tuk! Sim, isso mesmo, você contrata um motorista/guia credenciado, de preferência indicado pelo hotel em que está hospedado, e ele vai te buscar e transportar o dia todo pelos principais templos do complexo. Não espere muitas explicações e vá já com alguma idéia dos templos que quer conhecer (para isso compre um dos inúmeros guias vendidos à profusão pelas ruas da cidade). Ele ficará a sua disposição o dia todo, cada um dos 3 dias... O preço? Em média de 40 a 50 dólares... pelos 3 dias!!


No segundo dia, acordamos cedo e fomos para o dia mais longo do tour, onde visitamos os maiores e principais templos daquele que é, até hoje, o maior complexo destinado exclusivamente ao culto religioso do mundo! Começamos pelo templo principal, símbolo do complexo, e o mais bem preservado de todos. Gigantesco, construído com salas concêntricas e simétricas, 4 torres e paredes com toda a história do hindu-budismo cambojano esculpido com extremo detalhe. Dá para ficar facilmente umas 2 horas por lá!


Seguindo o tour, visitamos ainda diversos e variados templos, sendo um dos mais famosos o templo "Tomb Rider", que recebe este apelido por ter sido cenário do filme homônimo, com Angelina Jolie.
No meio do dia, paramos para almoço em um restaurante de rua local, com a deliciosa comida khmer, muito parecida com a tailandesa, mas ainda mais picante e temperada. Mais alguns templos depois, fomos apreciar o pôr-do-sol em frente ao templo principal, para finalizar o dia e descansar um pouco antes de partir para a noite na cidade, onde se pode apreciar vários pratos desde culinária francesa até a tradicional asiática. Para os que gostam de boas e baratas compras há também os tradicionais mercados noturnos e, para terminar a noite, a Pub Street e seus bares e "baladas", como o mundialmente famoso "Angkor What?".


O terceiro e último dia foi o que escolhemos para visitar os templos mais distantes do complexo, cerca de 1 hora e meia de tuk-tuk até chegar lá. O passeio é bem interessante porque passa no meio de arrozais e casas locais, onde as pessoas levam ali sua dura vida, sem nunca tirar o sorriso do rosto. Sempre que um tuk-tuk passava era uma festa! Voltamos ao hotel ainda em tempo para sair para almoçar e experimentar o curioso "churrasco khmer", com carnes que variam desde rã, jacaré, cobra e peixes... Não é exatamente gostoso, mas é bem curioso!

E aqui terminamos nossos 3 dias de relax, conforto e lugares exóticos e espetaculares em um dos países com história mais sofrida e povo mais sorridente de toda nossa viagem! Agora, nosso último e mais surpreendente país do sudeste asiático : Vietnã, aqui vamos nós!



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