domingo, 28 de abril de 2013

Cidade do México : Brega e com muito orgulho!

 
Após a nossa passagem por Playa del Carmen, aguardávamos com certa ansiedade a visita à capital mexicana, afinal de contas era nossa segunda passagem pelo país e até o momento não havíamos visto nada original, nada realmente mexicano. Pois bem, em México D.F. (como eles chamam a cidade e como realmente deve ser chamada, sem o "city" que os americanos inventaram de colocar após o nome) conseguimos o que queríamos! Nossas expectativas se confirmaram... sim, o México é muito, mas muito brega mesmo, como todo bom país latino-americano deve ser! O único problema é que ele, assim como já ocorreu com Playa del Carmen, Tulum e Cancún, está deixando de adotar a sua breguice natural e incorporando a breguice americana.
É inegável e impossível não notar a influência que os vizinhos do norte tem por ali. Um país de culturas e tradições que remontam mais de 2000 anos antes de Cristo está sendo aos pouco engolido e tendo suas tradições anuladas por uma "cultura" que não tem sequer 300 anos. Percebe-se nos museus, nos discursos de jornais, revistas e televião uma tentativa de estimular o mexicano a ter mais orgulho de sua nação... até mesmo aumentando as "proezas" de alguns heróis nacionais e sobrevalorizando outros que não tiveram tanto destaque assim. No México, por exemplo, eles não chamam os astecas com este nome e sim de "Mexicas"... razões semânticas e históricas à parte, só eles no mundo usam esse termo... apesar de terem sido uma civilização que durou menos de 3 séculos e serem fundamentalmente uma sociedade baseada no militarismo, atribuem aos astecas todas as descobertas tecnológicas que foram feitas, na verdade, pelos seus "irmãos" do sul, os maias... aliás, na capital do país a impressão que se tem é que por lá só os astecas deram origem ao povo mexicano; os maias, que também formam grande parte do país, não são tão valorizados assim.
 
 
Bom, neocolonialismos à parte (mesmo porque no Brasil também sofremos essa influência), o brega, os exageros, as cores e a música alta dominam o cenário. Para se ter uma idéia, no metrô a cada parada entra um vendedor portando uma caixa de som tocando música romântica mexicana em um volume que faria o pessoal das bandas de axé repensar sua engenharia acústica. E eles são organizados, assim que um entra, o outro desliga o seu som e vão assim se revezando ao longo do caminho... é curioso, mas é um inferno! Ah, claro, também vendem pulseiras, livros de receitas, bolinhas com luzes coloridas... enfim, tudo que se possa imaginar e comprar. O mexicano, no entanto, é um povo muito amável, educado e prestativo. As ruas da capital são muito organizadas, limpas e bonitas; tudo é muito bem cuidado e o transporte coletivo, muito eficiente, com uma linha de metrô que é quase o triplo da de São Paulo e ônibus que circulam para todas direções. Há também um bom conjunto de ciclovias que conta com vários pontos onde as bikes podem ser retiradas gratuitamente, integrando ainda mais o transporte. Por falar nisso, a ciclofaixa dominical dos mexicanos é pelo menos o dobro da paulistana e conta com vias fechadas por completo, e não parcialmente. E não venha me dizer que a cidade do México é menor que São Paulo ou tem um trânsito menos complexo! O ponto negativo da estrutura fica por conta do cheiro de esgoto que domina a cena no centro... em uma das maiores cidades do mundo, isso não deveria acontecer...
 
 
 Vamos aos aspectos turísticos propriamente ditos. A principal atração da capital é o Zócalo, uma das maiores praças do mundo. Ao redor do grande espaço vazio central (que na verdade estava dominado por um parque de diversões provisõrio da NFL, sobre futebol americano!!) temos a catedral metropolitana e o palácio presidencial, ambos abertos à visitação gratuitamente. Logo atrás da praça está o único monte de pedras que sobrou da gigantesca Technotchitlán, a antiga poderosa cidade-estado asteca. Sinceramente, depois de ver o que vimos do mundo maia, não nos empolgamos com estas ruínas... Ali próximo está a praça Hidalgo, onde fica localizado o palácio de Belas Artes, belíssimo apesar de sua cúpula amarela... Entre as duas praças há um calçadão com vários restaurantes e lojas. Seguindo um pouco mais adiante está a praça da Revolução, cujo principal atrativo é um monumento bizarro, idealizado inicialmente pelo ditador Porfírio Diaz para ser a sede do parlamento mas que, após a revolução mexicana de 1917, transformou-se em um monumento em homenagem ao movimento. A graça da praça fica por conta de uma breguíssima mas divertida dança de águas coloridas que brotam do chão na forma de jatos e que as crianças adoram brincar. Aliás, quase todas as fontes da cidade são liberadas para banho... para aplicar o clima extremamente seco da cidade!
  
 
Seguindo o paseo la Reforma, a avenida mais bonita da cidade, construída pelo imperador Maximiliano na época em que o país foi uma monarquia (sim, o México foi uma monarquia por quatro anos por conta de uma invasão francesa!), chegamos ao Bosque de Chapultepec, um belo parque bem central, com lagos e bosques que atraem milhares de mexicanos no finais de semana. Lá se encontram também os principais museus da cidade, como o da fundação Tamayo e o mais impressionante de todos e um dos melhores que já vimos até agora, o impressionante museu de antropologia. Neste museu estão as principais obras e peças da história dos povos pré-colombianos que existem por lá (outras estão espalhadas pelo mundo, especialmente universidades "calendário asteca", mas que não é realmente um calendário). Ainda nesse bosque encontramos o palácio onde morou o imperador, chamado hoje de castelo de Chapultepec. Um belo castelo europeu encravado no ponto mais alto da região central da cidade.
Saindo um pouco mais para a periferia da cidade, encontramos o agradável bairro de Coyocán, antiga cidade da região metropolitana e que foi "engolida" pela capital. Região mais tranquila, com casario colonial espanhol bem preservado, conta com bons restaurantes e cafés, além do Vivero de Coyocán, um viveiro muito utilizado pelos locais para treinar uma corridinha. Na mesma região encontramos o Museu Frida Khalo, interessante, mas nada que justifique as imensas filas... ela está bem longe de ser a grande artista que os mexicanos acham que foi. Seu marido, Diego Rivera, esse sim foi um grande gênio da pintura. Mas sabe como é, Hollywood já fez filme sobre ela...
 
 
 Para encerrar nossa visita pela capital do ex-império asteca, nada como visitar as ruínas da que foi, em seu tempo, a maior cidade do mundo : Teotihuacan. Muitos a confundem com a já citada Technotchitlán, mas cerca de 500 anos separam uma da outra. Na verdade, os primeiros deram origem aos segundos. As famosas ruínas, no entanto, são em parte uma "fraude". Explico : parte das grandiosas pirâmides que lá estão foram destruídas por guerras, pelo tempo e, segundo alguns, até mesmo pelos próprios cidadãos em tempos de rebeliões. Várias civilizações que vieram depois tentaram remendar o que havia sido degradado, inclusive os próprios espanhóis... mas o resultado foi algo que podemos classificar como "tosco". Pedras de tamanhos e cores diferentes, algumas até com umas pedrinhas pretas, de extremo mau gosto, encravadas no meio...monumentos com geometria deformada, desalinhada... enfim, de longe parece ser realmente algo extraordinário, mas de perto é nítido que praticamente mais nada ali é original... uma pena, mas não deve deixar de ser visitada.
Criamos muitas expectativas em relação à cidade do México e muitas delas não foram realizadas e talvez isso nos deixe uma sensação de algo incompleto em nossa passagem por lá... mas não se leve por essas nossas impressões; a cidade é muito bem organizada e preparada para o turismo, com várias atrações interessantes, muita história, povo simpático e um dos melhores museus do mundo! Por tudo isso, e pela breguice cativante, merece ser visitada... enquanto os americanos não tomam conta de tudo por lá também...
 
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cuba : Culinária e Gastronomia


A culinária típica de um país é reflexo da origem de seu povo e seus consequentes hábitos...acho que ninguém discorda disso, não? Pois imagine um povo formado nos seus primórdios por indígenas de costumes ainda primitivos, que foi posteriormente colonizado por europeus vindos da península ibérica e que sofreram grande influência de grupos negros trazidos da áfrica como escravos, especialmente por traficantes portugueses. Um país que teve como base inicial da sua economia a exploração de grandes propriedades de terra para o cultivo de cana-de-açúcar e em seguida o café... Calma, eu não estou escrevendo um post sobre o Brasil, estou realmente falando sobre Cuba! Essa incrível semelhança entre nossos povos não se reflete apenas nos aspectos físicos, religiosos e culturais... a culinária cubana é muito parecida com a nossa!
Vamos começar pelo básico. No prato do dia a dia de todo o cubano está presente o arroz, preparado como o nosso, branco, soltinho, com alho e cebola. Acompanhando o arroz, adivinhem? Isso mesmo, o feijão!! Aí vem uma pequena diferença, já que lá eles utilizam mais o feijão preto e nós o marrom. Além disso, sempre há uma salada, com alface e tomate, além de carne ou batata frita. Familiar não?
Claro, o regionalismo e fatores geográficos também interferem na cozinha da ilha. O peixe é produto tão obrigatório nas mesas quanto o frango. Alguns toques caribenhos também estão por ali, como em alguns tipos de pratos que misturam frutas, especialmente a banana (quem não o conhece o famoso filé a cubana...pois é, o nome tem fundamento mesmo!) e alguns temperos e cores... mas, para nossa sorte, a "praga" do coentro passa longe dali!!

Lá também podemos encontrar muitas milanesas de frango e porco, acompanhadas de arroz, purê de mandioca e batata frita. Pratos como a Ropa Vieja, que nada mais é que um ensopado de carne de vaca, com arroz, feijão e salada; e a Masa (com um "s" mesmo) de cerdo, constituída de carne de porco moída e uma mistura compactada de arroz com fejão preto, poderiam ser descritos como pratos tipicamente tupiniquins. Como prato típico, comemos por lá a chamada paella cubana, muito parecida com a valenciana, mas com temperos um pouco diferentes e sem qualquer tipo de picância, feita com carne de porco, frango, bovina e mariscos. Experimentamos também o plato del pescador, um combinado de peixes, camarões e mariscos, em um cozido à base de molho de tomate e um pouco apimentado, que lembra muito a nossa mariscada. Aliás, por falar em frutos do mar, o melhor prato que comemos na viagem até agora, foi consumido na casa de família em que ficamos em Matanzas : uma espetacular lagosta preparada na manteiga com mel! Sensacional, não só pelo sabor, mas também pelo preço : 20 dólares!!!
 
Com relação aos doces, Cuba fica um pouco a desejar... aliás, acho que um dos motivos para o povo de lá ser tão esbelto, além do hábito de prática esportiva frequente, é também o fato de não serem muito fãs de um açúcar... Em compensação, no que diz respeito às bebidas, eles são um dos melhores do mundo. Vários drinks nasceram na ilha e lá você pode provar os melhores mojitos, daikiris e cubas libres que já experimentou em sua vida, com todos ingredientes realmente na dose certa... afinal, lá eles não precisam ficar alterando as características das bebidas só por que os americanos assim o preferem...
 
 
Por falar em bebidas, aqui vai nossa avaliação da cerveja local, a Bucanero! Cerveja não muito encorpada, mas longe de ser aguada como as mexicanas, a bucanero cumpre o seu papel : matar a sede no calor avassalador do país! Não é saborosa como a Negra Modelo (avaliação será realizada no post sobre culinária mexicana), nem encorpada como a Club Colombia; é uma cerveja mais no estilo de sua irmã caribenha, a Belikin. Aprovada no teste, pode ser consumida tranquilamente por quem for visitar Fidel!!
A culinária cubana nos fez realmente sentir em casa em cada restaurante ou casa de família que comemos, o que é uma garantia de satisfação, sempre!!
 
 

domingo, 21 de abril de 2013

Cuba : Matanzas e Varadero, tão perto e tão longe...

 
Matanzas é uma das províncias mais importantes de Cuba, sendo um grande polo turístico e, consequentemente, econômico. Antes que alguém pergunte, o nome da província é proveniente de uma história que remonta ao período colonial, em que pescadores viraram um barco com 30 espanhóis, repletos de armaduras, e que planejavam invadir uma aldeia indígena...todos morreram. Ficamos, inicialmente, em sua capital, a cidade de Matanzas. Não é propriamente uma cidade turística, com vários atrativos e arquitetura como Havana, mas é um belo exemplo de como é Cuba no dia a dia, longe dos agitos da capital. Primeiramente, por lá praticamente não há "jineteros", o máximo que pode acontecer é um taxista te abordar e oferecer seus serviços. Lá também não encontramos uma grande variedade de hotéis ou restaurantes e "paladares", que são frequentados, em sua grande maioria, pelos locais, já que há pouquíssimos turistas nesta cidade (que ficam mais concentrados em Varadero, há 30 Km dali). Enfim, em Matanzas você consegue realmente sentir como o cubano vive e encara seu país. A província ainda conta com cidades como Varadero, a meca do turismo cubano e uma alternativa mais barata em relação a Cancún para quem procura praias no caribe; Trinidad, uma pequena cidade colonial espanhola, no litoral sul da ilha e que fica próxima à baía dos porcos, e as famosas praias de Girona e Larga, outros centros muito procurados por europeus e canadenses. Matanzas também teve grande importância histórica na Revolução, sendo o ponto de partida para a conquista da capital. Por essas e outras, o povo da região é muito orgulhoso de suas origens e são ferrenhos defensores de seus governantes.

Ficamos hospedados, mais uma vez, em uma casa de família, o hostal Casa Azul, localizado bem próximo à praça central da cidade, onde está o (único) hotel, com wifi e um bom restaurante, além do bonito prédio da prefeitura e de alguns museus e um excelente "paladar". Seguindo em direção à baía de Matanzas, encontramos o teatro e o museu municipal, além do bonito prédio do corpo de bombeiros e seu caminhão pipa da década de 50! E fica nisso, as atrações do centro histórico da cidade se resumem a esses poucos edifícios coloniais e à praça central. O interessante por lá está nos arredores, e para visitá-los a melhor maneira e contratar um táxi "clássico" e combinar um valor para que te leve às principais atrações e, principalmente, espere você voltar!
A primeira visita que recomendamos é o tour pelas cuevas de Bellamar, a atração turística mais antiga do país, em funcionamento desde o final do século XIX. Trata-se uma caverna com várias formações geológicas calcáreas bem interessantes, mas já bastante afetadas pelas mãos dos turistas, que há mais de 100 anos vão para lá arrancar uma "lembrancinha". Uma coisa interessante de notar é o grau de especialização dos guias em Cuba. O nosso, na caverna, era geólogo, professor universitário, falava fluentemente 3 idiomas e tinha boa noção de outros 3... e no final do tour lá estava ele, sem vergonha alguma, pedindo uma "propina", seja lá qual fosse... ficou contente com nossos 2 dólares...
 
De lá seguimos para o Castillo de San Severino, outra fortaleza espanhola construída para defender a entrada do porto de Matanzas. Como aparato militar de defesa, não teve grande utilidade, tanto que por volta de 1870 tornou-se exclusimente um presídio e se manteve como tal até cerca de 1982. Durante o período da ditadura de Fulgêncio Batista e no período pós revolução, foi cárcere de vários presos políticos e local de execução por pelotão de fuzilamento . Em uma das paredes da muralha que cerca o Castillo é possível notar a quantidade de buracos provenientes das balas, nas paredes. A fortaleza também abriga o museu da abolição, contando a história da escravatura em Cuba e, especialmente, relatando qual o legado deixado pelos negros que vieram ao país. Não precisa ser historiador para perceber as semelhanças entre a história dos escravos cubanos e brasileiros. Concentrados nessa região, por conta do porto e da exploração de açúcar e, posteriormente, café, foram trazidos em sua grande parte pelos traficantes portugueses... dá para entender, então, o porquê da grande semelhança física e de hábitos alimentares e religiosos entre nós e eles. Há uma parte do museu dedicada, inclusive, à religião desses povos, que nada mais é do que uma versão em espanhol da nossa umbanda e candomblé. Aliás, cabe aqui um comentário; apesar de ser um dos poucos redutos do comunismo no mundo, os cubanos são muito religiosos, sendo o catolicismo a religião predominante. Nesta região, contudo, devido a grande quantidade de escravos que ali viveram, as religiões afro são muito presentes e praticadas até hoje, incluindo aí também as chamadas "bruxarias"! Experiência muito interessante!
 
Para encerrar o tour por Matanzas, terminamos no mirante da cidade, parte montanhosa, onde há uma igreja, alguns bares e restaurantes e que tem uma bela panorâmica do centro histórico e da baía. Por conta das condições climáticas desfavoráveis, não fizemos o outro passeio que há nos arredores, que é o snorkeling na barreira de corais da playa Coral, que todos disseram ser muito bonito, mas que a maré agitada nos impediu de fazer...
Para terminar nossa passagem por essa região, fomos para a meca do turismo em Cuba, o primeiro local no país a ser liberado para exploração turística das grandes companhias hoteleiras e onde se vive um mundo paralelo em relação ao resto do país : Varadero!
Varadero não chega a ser uma cidade... parece em muitos aspectos, inclusive, com Cancún; é uma "tripa" de terra, com aquele mar azul esverdeado e transparente, areias brancas, margeando toda a península e repleto de hotéis e restaurantes, uns ao lado dos outros. Há também alguns shoppings e lojas de "artesanato".
 
 
Mas as semelhanças param por aí. Sem contar a porção final da península, próximo à marina, é nítido como Varadero também parou no tempo. O local onde ficamos, na parte inicial, é composto por hotéis mais antigos, alguns em não muito bom estado de conservação, e a maioria administrados pelo governo. O mesmo serve para os restaurantes. Não deixa de ser, mesmo assim, uma realidade completamente diferente do restante de Cuba...mas não é como Cancún (e, por isso mesmo, na nossa opinião, é muito melhor!). Não espere encontrar cadeias americanas de hamburgueres ou fast food, muito menos shoppings com lojas de roupas de marcas famosas. Se você procura por tudo isso, vá para a original, se você quer uma belíssima praia e tranquilidade, Varadero pode ser uma opção!
Matanzas não tem atrações para o gosto de todos, mas quem procura conhecer um pouco mais sobre Cuba, sua realidade, o que pensam e como vivem, passar uns 2 dias na cidade é ótima pedida. Para quem quer fugir um pouco da realidade do país e busca conforto e belas praias, Varadero é o lugar, mas tenho certeza que você não vai querer ficar só por lá, vai? Se quiser, melhor não perder tempo e comprar uma passagem para Cancún...
 
 

sábado, 20 de abril de 2013

Uma mulher no mundo!


É difícil ser uma mulher apenas com uma mochila nas costas e um mundo pela frente. Tudo começa quando você vai fazer sua mala para sair de casa. O que levar foi a primeira pergunta que surgiu. Eu tinha o desafio de montar um guarda-roupas prático, diminuto, confortável e, ao mesmo tempo, versátil, pois não queria ter a mesma cara todos os dias. Minha sorte é que não passaríamos por lugares muito frios o que já facilitou minha vida. Bom, como teríamos pela frente muitos dias de praia coloquei muitos biquinis, mas já tenho a certeza que exagerei nos sete que trouxe. Alguns até agora nem usei, mas ainda nem chegamos no sudeste asiático, onde passaremos vários dias nas paias da Tailândia e espero usá-los para não me arrepender mortalmente de está-los carregando. Fora a roupa de praia, trouxe seis regatas (rosa, vermelha, verde, azul e duas pretas, sendo que uma delas já ficou pelo México), quatro camisetas de manga curta, duas camisetas dry-fit para atividades físicas como o passeio de bicicleta pela Golden Gate e para nossas eventuais corridinhas pelo mundo. Além dessas camisetas, somente uma camisa branca de manga comprida me acompanha. Quanto ao vestuário da "cintura para baixo", trouxe uma calça "legging" preta (básica), uma calça verde exército com bolsos laterais, uma do mesmo tipo bege de "tac-tel" (na qual gastei uma grana e que agora vi que não me serve, porque ela deve ser vários números maior para permitir o movimento e eu comprei uma que apenas me servia, sem pensar nesse detalhe de que ela tem elasticidade zero!). Some a elas duas saias compridas (uma preta e uma estampada de azul) para poder entrar em alguns templos em que se exige cobertura nos ombros e abaixo dos joelhos. Uma saia curta de algodão preta e dois lenços, nada mais! Com esse singelo guarda-roupas cada manhã que me visto, um pouco da minha auto-estima morre. A repetição é inevitável e as roupas largas também! Nunca me arrependi tanto de não ter colocado uma singela calça jeans na mala!! Some-se a isso o fato de você estar com sua capacidade máxima da mala preenchida, pois você não tinha outra opção. Desastre total. A desgraça só aumenta quando você passa pelos outlets dos Estados Unidos! Você quer comprar tudo e não pode. Mas hoje eu não resisti e comprei a tāo desejada calça jeans que deixei para trás! Mas com os preços praticados aqui não dá pra ficar em uma e acabei em duas, somente porque o Ju estava comigo e sempre me dizia que minha mala não iria fechar e eu não poderia ter excesso de bagagem! Mas não parou por ai, some agora a minha mala, além dos dois novos jeans, uma nova camisa e uma nova bolsa... Essa última não tive como evitar, pois custava apenas $46 e, para minha surpresa, quando fui pagar saiu por $28, já com o pesado imposto de 8% da Califórnia! Ainda não fechei a mala, mas isso é uma preocupação maior apenas para quando fomos deixar os Estados Unidos e seguirmos para o Japão, pois até lá temos um carro a nossa disposiçāo e posso levar o mundo comigo! Depois conto a vocês como resolvi isso...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cuba : Havana, la vieja...


Antes de mais nada, existem duas maneiras de se visitar Cuba : com pacote turístico, dentro de confortáveis ônibus com ar condicionado, "protegidos" dos "jineteros" por guias locais, sem travar qualquer tipo de contato com a população nas ruas, almoçando nos restaurantes indicados e dormindo em confortáveis hotéis de redes internacionais onde a internet funciona e o sinal da TV estatal sequer está liberado... ou, a segunda maneira, realmente conhecendo o país e suas peculiaridades! Logicamente, fizemos da segunda maneira... não é fácil, mas é muito melhor e recompensador!
A primeira coisa é escolher uma casa de família, e a que recomendamos, não só pela qualidade dos quartos e serviços, mas também pela simpatia e cordialidade dos anfitriões, é a Casa 1932. Uma casa de família, na verdade, é uma espécie de pousada; você tem seu quarto com banheiro, ar condicionado, televisão, café da manhã, além de poder conviver um pouco com uma real família cubana, ouvir suas histórias, saber o que pensam... enfim, entender um pouco como funciona essa pequena ilha tão falada mundo a fora. A segunda coisa, é ter disposição para "bater perna" e percorrer as belíssimas ruas de Havana, com seus prédios corroídos pela maresia e, principalmente, pelo tempo e falta de manutenção adequada. O terceiro fator, é ter paciência e saber usar a seu favor a abordagem dos "jineteros", figuras clássicas de Havana, podem ser comerciantes, taxistas, vendedores ou simplesmente pessoas atrás de algum troco e que te oferecem de tudo, sempre com um sorriso no rosto, mas normalmente esperando uma "propina" em troca. E para encerrar, em quarto lugar, é obrigatório a qualquer um que vá a Havana, ou qualquer outro local em Cuba, comer em uma casa de família ou algum "paladar"... a comida é muito boa e você pode ter a oportunidade, como nós tivemos, de comer uma lagosta gigante, preparada na manteiga e molho a base de milho por 20 dólares! Ah, quase ia esquecendo, andar em um dos "carros clássicos" é mandatório!

Isso posto, vamos falar de "la Habana" propriamente dita. No nosso primeiro dia resolvemos aceitar um tour proposto por nosso anfitrião, Luís Miguel, que consistia em visitar os principais edifícios art decó da cidade, em um mercedes 1956! O tour visita vários prédios históricos e de grande importância para a cidade e que normalmente não são conhecidos da grande maioria dos turistas. Vamos citar dois, imperdíveis : o edifício Bacardi, da família que produz o famoso rum, e que permite uma vista sensacional do centro e de Habana Vieja, e o hotel Nacional, o mais famoso e importante da cidade,antigo cassino e palco de encontros da máfia americana na década de 50; hoje frequentado por astros e estrelas de cinema que vão ao festival internacional da cidade ou por pobres mortais, como nós, que vão para lá usar o wifi do centro de negócios ou tomar um mojito vendo o por-do-sol. O tour passa ainda pela praça da Revolução, onde estão os famoso murais de Che Guevara e Fidel Castro, na parede de prédios públicos; o monumento à revolução, a construção mais alta, no ponto mais alto da cidade; a estátua de José Martí, o maior herói do país, responsável pela sua independência; e a sede do partido comunista cubano, logo atrás de tudo isso.
O outro eixo turístico de Havana, é o Centro Habana. O ideal, para explorar essa região, é começar pela Malecón, a famosa avenida beira-mar da cidade, em que se pode admirar o caribe calminho ou jorrando água para cima dos carros nos dias de maré alta e ventania. A partir dali é só pegar o belo paseo del Prado e seguir até o parque Central, uma das belíssimas praças da parte histórica da cidade. Nesse caminho você ainda encontra o imperdível Museu da Revolução, pobre em peças, mas muito rico em história, para quem quiser saber o que aconteceu do ponto vista de quem estava lá dentro do movimento. Logo ao lado está a "Floridita", bar que ficou famoso por ser frequentado por Hemingway e que até tem uma estátua de bronze do famosos escritor, no local do balcão em que costumava ficar. Para encerrar esse "eixo", no final do paseo del Prado, após inúmeras e belíssimas construções do barroco cubano, encontramos o Capitólio, construído nos moldes do americano, em Washington (antes da revolução, obviamente), e que está fechado para reforma de seu museu. Outras atrações da região são um dos inúmeros fortes de Havana, na Malecón e o museu de belas artes.
 
Sem dúvida, a principal atração turística de Havana é a Habana Vieja. Local onde começou a cidade, lá estão os principais restaurantes, as mais belas praças e ruas, os prédios mais bem conservados, a agitação noturna e... muitos jineteros! O melhor, novamente, é começar pela Malecón, na altura de outro forte ali localizado. Caminhando por suas ruas estreitas e casario colonial bem preservado (talvez o único lugar na cidade em que isso aconteça), a primeira das grandes praças (são quatro ao todo) a ser encontrada, é a Plaza de Armas. Esta é a única que tem um jardim central, com fontes e bancos, está de frente para o bom Museu Nacional e cercada de cafés e restaurantes. Seguindo mais adiante, encontramos a Plaza de la Catedral que, como o próprio nome diz, abriga a Catedral de Havana e outros museus, além, claro, de mais restaurantes e cafés. A praça seguinte, a de San Francisco de Assis, é assim chamada por ter uma igreja em homenagem ao santo. É a menos charmosa das 4. A última é a plaza Vieja, que apesar do nome, é a mais nova das 4, também é cercada de cafés e restaurantes e tem uma bela fonte no meio. Habana Vieja é o local ideal para belas fotos, boa gastronomia e comprar artesanato e lembrancinhas em geral.
 
Outro local imperdível em Havana é a região dos fortes: o de San Carlos de la Cabaña e o dos Três reis Magos do Morro. Localizadas no alto de um morro, do outro lado da entrada do porto, atravessando o canal de entrada, as duas fortalezas dominam a paisagem para quem está caminhando pela Malecón em direção ao centro e formam junto com o Castillo de San Salvador de la Punta e o Castillo de la Real Fuerza, que se encontram próximos a Habana Vieja, o quarteto de defesa montado pelos espanhóis para proteger seu território. O primeiro forte, mais bem preservado em relação à sua estrutura original, contém vários canhões da época e uma belíssima vista do "skyline" de Havana, além de um farol, ativo até hoje. O segundo, bem maior que o primeiro, abriga em seu interior um conjunto de casas em estilo colonial em que estão localizados o museu das armas e a "comandância del Che", casa em que viveu o comandante e de onde despachava na época em que era ministro de Estado. Neste forte é também realizada a cerimônia do "cañonazo", tiro realizado por um canhão de época, sempre às 21:00 em ponto, e acompanhado por vários flashs e celulares.
 
 
E para encerrar, quem disse que Havana não tem praia? Tem sim, e é bem bonita, não deixa nada a desejar às outras do caribe nem a Varadero! São as Playas del Este, como a de Santa Marta, a mais famosa, com aquela já conhecida areia branca e mar azul esverdeado. Elas ficam a cerca de 20 Km do centro e podem ser acessadas de táxi ou, como fizemos, pelo Havana Bus Tour, um daqueles ônibus turísticos em que você paga um preço fixo e pode descer e subir quantas vezes quiser naquele dia. Usamos para fazer os fortes e a praia, que ficam no mesmo caminho, e sai mais barato que táxi!
Havana é uma cidade que a princípio causa um certo estranhamento, até mesmo desconforto, assim que você chega. As ruas do centro, que estão repletas de reformas, com prédios muito mal conservados, parecendo recém saídos de um bombardeio da OTAN, mal iluminadas durante a noite... deixam aquele mais receoso certo de que se meteu em uma roubada... mas garanto que é só uma impressão! Havana é encantadora e sua beleza arquitetônica deve ser apreciada com calma, entendendo o que se passou e o que se passa nesta cidade que desperta vários e distintos tipos de sentimento, mas nunca a indiferença! Faça um favor a si mesmo e ao povo cubano, se for para lá, fique em casas de família, ande pelas ruas, coma em paladares... se for para ficar em mega hotéis e "protegido" por ônibus e guias de turismo... melhor ir para Miami...
 
 


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dez Mitos e verdades (na nossa opinião) sobre Cuba


1) Não há desigualdade social em Cuba - mito (em parte)

Em Cuba não há o abismo social que existe em nosso país, por exemplo. Não se vê mendigos nas ruas, todos têm acesso à saúde e educação de qualidade (de verdade mesmo, não na teoria...), todos tem acesso a lazer e alimentos. Mas nos últimos anos algumas coisas vêm mudando.
Com o bloqueio econômico imposto pelos EUA, que recrudesceu na presidência de George W. Bush, e sem a ajuda econômica da Rússia (e ex-URSS) há quase 20 anos, o governo cubano precisou abrir mão de parte de seu monopólio na administração do turismo no país (contudo, ainda hoje, a maior parte dos hotéis, restaurantes e empresas de turismo ainda são estatais) e abrir terreno para grandes cadeias internacionais de hotéis, com maior capacidade de investimento. Com isso, criou-se uma classe de cubanos que trabalham para essas empresas e que recebem um salário maior que os pagos pelo governo, além das generosas "propinas" dos turistas, especialmente canadenses e suiços, os maiores frequentadores da ilha. Além disso, Fidel autorizou também algumas famílias a receber turistas em suas casas, geralmente proprietárias de grandes casarões (reformados pelo governo) e que na verdade são pequenas pousadas, onde o turista é geralmente muito bem tratado. Nessas casas também foi autorizado o serviço de restaurante, ou seja, essas famílias podem abrir as suas portas para receber clientes para almoço ou jantar. Esses restaurantes "familiares" são conhecidos como "paladares" (a maior parte dos grandes e bons restaurantes, no entanto, é estatal). Tudo isso, porém, implica em elevados impostos e taxas aos proprietários. Por fim, para ajudar em um crítico problema de transporte no país, o governo transformou quase todos os carros disponíveis em táxis. Existem os "oficiais", que são propriedade do governo e os taxistas, seus empregados assalariados; e os táxis "não-oficiais", que tem autorização do governo para transportar passageiros, mas geralmente fazem as rotas menos atrativas e têm, também, que pagar um alto imposto.


 Com tudo isso, criou-se uma espécie de "classe-média" cubana, composta por esse pequeno grupo citado, com algum poder aquisitivo, que consegue comprar roupas "de marca", ter notebooks, comer em restaurantes mais caros, viajar para fora país... Agora, o que antes não era tão evidente, está começando a tomar uma forma mais clara. Em restaurantes, nota-se cubanos elegantemente vestidos, com smartphones... em nossa casa de família, a jovem proprietária montava a planilha dos gastos em seu moderno laptop, escutando música em um ipod.
Todavia, do mesmo modo que uns estão começando a ganhar mais, outros estão ganhando menos... Vou citar um caso que ocorreu conosco quando estávamos indo jantar. Havíamos escolhido um "paladar", o Los Amigos, e estávamos indo para lá. No meio do caminho fomos abordados por um rapaz, que disse ser estudante de ciências sociais e que de noite angariava pessoas na rua para ir jantar em um outro paladar, de um amigo dele. Disse que, fazendo isso, ganhava benefícios alimentares para si e para a família. Em princípio, não acreditamos naquela conversa; parecia ser mais um "jinetero", figura típica da Havana Vieja, que aborda o turista simpaticamente, oferecendo serviços e explicações e depois pede uma "propina". Desconversamos e fomos embora para o paladar que havíamos escolhido. Jantamos (comida excelente, por sinal) e quando estávamos pagando a conta, vimos um senhor, que tinha ao redor de 60 anos, trazendo um casal de branquelos europeus. Já no caminho de volta para nossa casa de família, vimos esse mesmo senhor sentado na calçada comendo um pratão de comida...

2) Os cubanos não apóiam mais a revolução e querem Fidel Castro fora do poder - mito

Independentemente da nossa posição política, o que vamos relatar é um fato objetivo, não o nosso ponto do vista. Conversamos com muitos cubanos, muitos mesmo; taxistas, "jineteros", estudantes, donos de casas de família... enfim, ouvimos várias opiniões a respeito do tema, andamos muito pelas ruas, e podemos afirmar tranquilamente : eles gostam e respeitam muito Fidel Castro. Além disso, defendem as conquistas obtidas após a revolução. Essa idéia que nos é passada pelos telejornais, especialmente quando a blogueira cubana esteve em nosso país, de que o povo não aguenta mais o Fidel e está havendo um grande movimento para que o partido comunista cubano saia do poder, é uma grande bobagem. Entretanto, como pode ser notado pelo item anterior, o povo não está plenamente satisfeito com os rumos da sua administração. A necessidade de mudança estava presente em todos comentários que ouvimos, tanto dos mais necessitados, quanto dos que estão com melhores condições de vida. Para resumir, o clima é  muito mais para "queremos que vocês mudem" do que "queremos que vocês se mudem".


3) Os cubanos não podem sair do país sem autorização especial - mito

Desde janeiro deste ano, todo cubano portador de passaporte válido e que tenha visto do país de destino, quando necessário, pode deixar o país sem qualquer tipo de autorização especial ou resstrição. Não tem mais aquela história de bens confiscados se não voltar em 11 meses. As agências de turismo estavam lotadas de cubanos querendo comprar dólares ou euros para visitar parentes fora do país.

4) Há controle do acesso à informação aos cubanos e manipulação da mídia - verdade

O único noticiário imparcial da televisão cubana (todos os canais são estatais) é o esportivo. Nos telejornais só se vê notícias exaltando as conquistas do governo,  sobre novos hospitais ou escolas que foram inaugurados e notícias sobre aliados, como a crise na península coreana (que rendeu até uma carta escrita por Fidel e lida pelo âncora, apoiando a Coréia do Norte) e as eleições na Venezuela. Internet e TV a cabo, só nos hotéis, para os turistas estrangeiros. Contudo, na tv aberta local tive a oportunidade de assistir o terceiro e último filme do novo batman!!

5) Os cubanos não gostam dos brasileiros - muito mito !

Essa afirmação é muito absurda! Esse negócio de rivalidade fica por conta do Galvão Bueno nos jogos de vôlei da seleção feminina! Os cubanos adoram os brasileiros, e mais, o sonho deles é visitar nosso país! Sabem por que? Graças às nossas novelas! Eles adoram, passa no horário nobre e 9 em cada 10 cubanos assistem! Elas ditam moda e até nomes de pessoas!! Isso sem contar a semelhança física, a música... Nós somos muito mais parecidos com os cubanos do que imaginamos!

6) Não é possível usar cartão de crédito em Cuba - verdade

Sim, por conta do bloqueio econômico não é possível utilizar cartão de crédito em Cuba. Dá para sacar dinheiro em caixas automáticos, mas você paga uma taxa maior do que 10 dólares, além da taxa do próprio cartão. Se for para Cuba, leve euros para trocar (isso por que, para trocar dólares eles cobram uma taxa de 10%, para euros não).


7) Cubanos não gostam de futebol - mito

O esporte número 1 de cuba, todos sabem, é o beisebol. O segundo esporte coletivo mais praticado, entretanto, é o futebol. Você vê vários garotos jogando bola pelas ruas e conversando sobre futebol. Sim, eles entendem, e muito, de futebol. Torcem, na maioria, para times europeus, mas é impressionante a quantidade de pessoas com a camisa da seleção brasileira, dizendo que vão torcer para o nosso país na Copa do Mundo. Ah, o Neymar é bem popular por lá!

8) Há muitos militares nas ruas e clima de insegurança - mito

Cuba é, sem dúvida alguma, um dos países mais seguros que já visitamos. E olha que você quase não vê policiais nas ruas! É comum ver pessoas na Malecón, a avenida beira-mar, namorando e conversando até depois da meia noite. Não há problema algum em andar nas escuras ruas de Havana... e militares, só vimos no quartel!

9) Há carros velhos, da década de 50, e carros russos por todos lados - verdade (em parte)

Realmente, o visual automobilístico de Cuba nos remete ao final dos anos 50, data em que começou o bloqueio. Porém, os carros não são totalmente originais... na verdade, praticamente só a carcaça é daquela época. Como parte do programa de melhoria no transporte público, os carros antigos foram reformados pelo governo e todos tem motores relativamente novos e mecânica mais recente. O mesmo acontece com os Ladas. Mas realmente, estão por toda parte! Mas se você quiser alugar um carro, fique tranquilo, a agência de locação (estatal) tem modelos de carros europeus e japoneses bem novinhos!

10) Fidel está vivo - ????

Esta realmente não conseguimos descobrir, mas em 08 de abril foi lido um manifesto, teoricamente escrito pelo comandante, em que falava sobre a crise na península coreana. Mistério...

domingo, 14 de abril de 2013

Playa del Carmen - Cadê o México ??



A nossa passagem pelo México estava cercada de expectativas: conhecer as pirâmides de Chichén Itza, as ruínas de Tulum, mergulhar mais um pouco no Caribe... Não que deixaram de ser cumpridas, mas sentimos que faltou um pouco de “México” em nossa visita.
Em Playa del Carmen, como em Cancún e outras cidades ali da chamada “Riviera Maia”, tudo é feito para o gosto dos americanos e para as outras nacionalidades que adoram as coisas dos americanos (como brasileiros, argentinos, chilenos...). Nada é original, achar um restaurante típico de culinária mexicana é tarefa difícil (no aeroporto de Cancún, por exemplo, só tem fast food yankee!). A maioria tem nomes americanos, vendem hambúrgueres, tocam rock... não que não gostemos disso, mas vamos passar 3 semanas na California, no México queríamos ver... o México!!
A principal rua da cidade é a que concentra os principais bares, restaurantes e baladas, a Calle 05 (ou quinta avenida, como gostam de chamar...). Tem Hard Rock Café, Burguer King, Señor Frog e outros que te fazem sentir em qualquer shopping center do mundo. Até a língua...o inglês é mais ouvido e falado que o próprio espanhol! De todo modo, é uma boa opção para quem quer comer ou se divertir.

 
A praia de Playa del Carmen é bonita, com aquela areia branca e mar verde-azulado, típico do caribe. Contudo, o fato de ter uma longa extensão e estar próxima ao porto de embarque para a ilha de Cozumel, tiram um pouco da sua tranquilidade e beleza. Além disso, o fato de ser uma “praia de tombo”, deixa o seu mar um pouco mais agitado, mas nada que atrapalhe um bom mergulho! As atrações da cidade param por aí; nos seus arredores é que estão os principais expoentes do turismo na região.
Começamos pelo mar. Esta região é uma das mais procuradas pelos amantes do mergulho. Playa del Carmen tem seus pontos, mas os principais estão em Cozumel, na região da barreira de corais que cerca a ilha e nos cenotes, espécies de cavernas formadas por rochas calcáreas e com águas cristalinas, além de estalactites gigantescas. Você pode encontrar várias operadoras ao longo da Quinta Avenida e adjacências. A Pati fez o mergulho de Playa del
Carmen e os detalhes serão colocados no post específico de mergulho no Caribe.
Saindo dos atrativos naturais, na região temos várias ruínas importantes e bem preservadas do mundo maia.


A primeira que visitamos foi Tulum, a cerca de 60 Km de Playa del Carmen. Tulum foi uma cidade portuária maia, situada em uma elevação, de frente para uma belíssima praia caribenha. As construções estão relativamente bem preservadas, mas o conjunto é pequeno e a visita, bem rápida. Em cerca de 2 horas é possível ver todo o complexo e ainda dar um mergulho no mar, com vista para os templos. No mesmo dia é ainda possível visitar outro complexo de ruínas maias, o de Cobá, cerca de 35 Km de Tulum. É um complexo bem maior e com construções não tão conservadas, mas muito mais imponentes, incluindo aí uma das únicas pirâmides em que ainda é permitida a subida, com uma belíssima vista da floresta ao redor. Ainda nesse dia é possível curtir uma praia, como a playa paraíso, no meio do caminho entre os dois. Esse tour pode ser feito todo de carro, o que recomendamos, mas também via tour de agência de turismo, o que fizemos, e que não aconselhamos!! A desorganização é grande, o tempo de parada nas atrações é curto e passa-se muito tempo dentro do ônibus... fuja dessa!!


 Contudo, a atração realmente imperdível da região é o conjunto de templos e pirâmides de Chichén Itza. Em ótimo estado de conservação e grandiosas, as construções nessa que é uma das sete maravilhas do mundo moderno, impressionam pela simetria e precisão; efeitos acústicos e visuais difíceis de imaginar mesmo hoje em dia, já eram feitos pelos maias há mais de mil anos atrás. Isso sem contar o centro de estudos astronômicos, com um imenso observatório, que faria os astrônomos de hoje se estapearem para poder usá-lo. O campo de jogo de pelota, o maior já encontrado até hoje, composto por duas imensas paredes formando uma espécie de corredor, onde caberiam facilmente dois campos de futebol, nos faz imaginar os duelos literalmente mortais que lá aconteceram, já que aos perdedores normalmente era determinada a pena capital. Mas o que mais impressiona na praça principal é realmente a pirâmide. Composta de 4 faces perfeitamente simétricas, produz efeitos visuais incríveis, especialmente em datas específicas como o início da primavera e outono, além de efeitos sonoros, como a produção de eco em determinados pontos, mecanismo utilizado para facilitar às multidões escutar os discursos cerimoniais. Para completar a tríade de construções monumentais da praça central, está também o templo das mil colunas, representando os bravos guerreiros maias. Chichén Itza, porém, não se resume a só isso, percorrendo os demais setores do complexo encontramos outras pirâmides e templos de grande valor arquitetônico e histórico. Difícil escolher qual o nosso preferido, entre Tikal e Chichén Itza, mas ainda ficamos com o primeiro.


Como fizemos esse tour por uma agência de turismo, o que realmente não recomendamos, ainda passamos por um cenote (bem meia boca) e por uma cidadezinha histórica colonial espanhola, chamada Valladolid... bonitinha, mas nada em especial, especialmente após visitar Antigua e Cartagena de Indias.
A última atração que visitamos em nossa passagem pela península de Yucatán foi a maior ilha mexicana, Cozumel. Muito ouvimos falar das belezas desta ilha, mas realmente, nada nos impressionou. Alugamos um jipe (o que realmente não é necessário, já que as estradas são boas) e rodamos por toda a ilha, parando em algumas praias para fazer snorkel e em outras, na face oposta da ilha, para tirar algumas fotos do agitado mar explodindo nas rochas calcáreas... foi um dia gostoso, mas nada por lá realmente nos encantou. O caribe tem ilhas e praias muito mais bonitas que essa. O lado interessante ficou por conta da nossa volta. No barco, a caminho de Playa del Carmen, conhecemos Eliseo, um mexicano “faz-tudo”, como temos aqui no Brasil, e que nos relatou um pouco sobre a dura realidade do seu país, especialmente nos últimos 10 anos. Contou histórias que me fizeram lembrar de um professor que tive no colégio e que dizia : “Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos...”. Essa foi a única experiência realmente mexicana da nossa passagem por lá.

 
Para os que estão com crianças e gostam de parques, existem algumas opções ali na região, sendo o mais famoso o Xel-ha, com lagoas, rios, florestas e diversas atrações. Tudo no esquema all-inclusive, de bebidas a comidas. Não fomos, já que nosso objetivo era outro, mas quem vai, gosta.
Esperávamos muito mais do México nessa primeira passagem, ficou uma experiência, digamos, “sem sal”.  Vamos ver se na nossa volta, agora na capital, entra uma pimenta jalapenha nesse molho!! Até lá!

 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Tormento no Caribe


 
Estávamos ansiosos para chegar ao México, afinal de contas iríamos ver uma das sete maravilhas do mundo moderno, Chichén Itza, mergulharíamos em uma das praias mais famosas e procuradas do Caribe, além de ficarmos hospedados em um apart-hotel, com mais espaço e liberdade em relação ao que tínhamos na simpática pousada do Raul em Belize. Acordamos cedo, tomamos nosso café improvisado, mochilão nas costas e fomos caminhando até o ponto de partida do barco.
O tempo, que até então havia sido ensolarado e com céu limpo em todos os 5 dias que ficamos por lá, nessa manhã estava cinza e com bastante vento. Não era um bom sinal, mas tudo bem, não seria nossa primeira turbulência caribenha.
Chegando lá, não me parecia ser o local correto, faltavam 20 minutos para o barco sair e não havia ninguém; nem passageiros, nem marinheiros, nem staff, nem barco! Só havia uma pequena embarcação, praticamente sem cobertura alguma (deviam caber uma 6 pessoas em baixo daquele teto), com no máximo 30 pessoas tamanho “maia” de capacidade. Mas, faltando uns 10 minutos para a hora marcada de partida, as pessoas começaram a chegar (em Belize eles levam o lema nacional “Go Slow” bem a sério). Com eles, chegou também a chuva...

 
Com 15 minutos de atraso, o staff da empresa apareceu, junto com 2 marinheiros. Pensamos: “Bom, agora só falta o barco”. Eis que um dos funcionários começa a colocar nossas malas dentro daquele barquinho que estava ali parado desde que chegamos. Otimista, pensei : “Ah, como são muitas malas grandes, devem transportá-las nesse, enquanto os passageiros vão em um barco maior, coberto”. A essa altura já ventava e chovia muito, e éramos em torno de 40 passageiros.
Com quase meia hora de atraso, apareceu uma moça com o uniforme da Caye Caulker Water Taxi Express e começou a anunciar uma lista com nomes para embarcar...peraí, embarcar ? Cadê o barco ? Sim, era aquele mesmo, o barquinho-quase-sem-teto!! Começou então um empurra-empurra (porque na hora do aperto toda aquela educação dos europeus desaparece...) para ver quem seriam os 6 sortudos que conseguiriam ficar protegidos pelo teto e dividindo espaço com as malas. Conforme a moça anunciava, pulava um branquelo desesperado dentro do barco...e foram nomes e mais nomes e nada de Juliano e Patrícia...até que a lista acabou! Lá vou eu perguntar pelos nossos nomes, enquanto o barco já estava completamente lotado:
- Seus nomes não estão na lista – disse a moça, olhando para o barco, como se quisesse que ele partisse naquele instante.

- E essas duas passagens ?

- Passagens? Deixa eu ver...

Foram mais uns 10 minutos de telefonemas até resolver o problema (que até agora não sei qual foi). Embarcamos e sentamos no único centímetro quadrado ainda disponível.
              
Os 60 minutos entre Caye Caulker até San Pedro, ainda em Belize, onde fizemos a imigração, foram de terror absoluto. Ondas grandes faziam o barco se desprender completamente da superfície, jorrando água para todos os lados...além da própria chuva, que desabava em nossas cabeças sem piedade. Em um certo momento o barquinho começou a ficar repleto de água e o motor a falhar. Por sorte, porque não dá para usar outra palavra, chegamos em San Pedro nesse exato momento, completamente ensopados, a tal ponto que a Pati teve que jogar fora o vestido que estava usando. Parte do dinheiro também ficou encharcado, mas não perdemos nada. Na verdade, o nosso único prejuízo foi um visto cubano molhado, que tivemos que trocar (na verdade comprar) por outro novo no aeroporto de Cancún, mas isso já é outra história...
Ensopados, na fila da imigração (os últimos...), tivemos que esperar ainda um pouco mais... um casal de argentinos, que também estavam no barco e foram os primeiros a embarcar em Caye Caulker, não tinham seus nomes na lista de passageiros, fornecida pela empresa, e que vai para as imigrações tanto de México como de Belize. Ou seja, eles tinham a passagem, vieram no barco, mas como o nome não estava na lista da imigração, não poderiam continuar até o México... além disso não havia mais lugar no novo barco (este coberto, com capacidade para 45 pessoas)!! Já com o otimismo afogado em algum ponto do Caribe, pensei: “Se nosso nome não estava na lista lá, também não vai estar aqui...”. Enquanto os argentinos batiam boca com o oficial, fomos chamados e... surpresa, nossos nomes estavam lá (sim, porque isso, a essas alturas, já é motivo de comemoração)!! Cumprimos as formalidades e lá fomos nós para mais 2 horas e meia de barco, dessa vez fechado e, aparentemente, confortável... mas foi só aparência mesmo!

Com ondas que chegavam a mais de 2 metros, a nossa nova embarcação mais parecia uma aeronave, já que seu casco ficava mais tempo em contato com o ar do que com a água! Isso sem contar as janelas sem trava, que permitiam que jatos de caribe explodissem no rosto e nas malas... do argentino, que conseguiu passar pela imigração!! Já com as vestes secas, por conta de toda centrifugação que nossa viagem na máquina de lavar roupa proporcionou, chegamos a Chetumal, México.
Após enfileirarmos todas as nossas bagagens para o show canino dos oficiais, fomos para mais uma fila de imigração. Parecendo cachorros molhados e com cara de sono, não estávamos muito apresentáveis para uma entrevista, mas essa também foi tranquila. O oficial sequer olhou o visto americano da Pati no passaporte... na verdade estava mais preocupado em fazer piadinhas com todos que chegavam : “ Brasileiros!! Ah, se vocês sambarem, não precisam pagar a taxa!”. Juro que pensei : “Já estou todo molhado, com a barba por fazer, cara de sono... se eu sambar aqui o mico não vai ser tão grande assim e economizamos 52 dólares”. O resquício de bom senso e orgulho próprio que ainda sobraram, pouparam os gringos e mexicanos do espetáculo bizarro...
As 5 horas entre Chetumal e Playa del Carmen, em um ônibus com ar condicionado no máximo, para compor com nossas roupas e cabelos molhados, foram, na verdade, um alívio... terra firme, viva o México e hasta luego!!

 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Culinária e Gastronomia na Guatemala e Belize


 
A culinária da América Central continental não é, digamos, a mais rica em variedade de sabores e criatividade. Não conseguimos apurar, contudo, as razões para tal. Tomando como exemplo a Guatemala, temos um país com um solo bastante fértil e grande variedade de hortaliças, frutas, legumes, diversos tipos de milho e grãos suficientes para fazer um dos melhores pães que já comemos. Apesar de tudo isso, os pratos por lá são sempre muito condimentados, apimentados e com o onipresente (urgh!!) coentro, que apagam todo real sabor da comida... Com essa variedade e oferta de alimentos, dava para variar muito mais! Em Antigua, por exemplo, os restaurantes mais procurados são os de culinária internacional, e não regional. Vejam bem, não estou dizendo que os restaurantes são ruins ou os pratos são mal feitos, muito pelo contrário!! Os restaurantes que visitamos sempre serviam comida de boa qualidade e bem preparada... mas parece que os tradicionais adotavam todos o mesmo cardápio, com 3 ou 4 pratos disponíveis da culinária local. Um que fugia um pouco a esta regra e que já foi frequentado até mesmo pelo Bill Clinton (o terceiro que visitamos pelo mundo e que tem fotos do ex-presidente americano!), o Fonda de La Calle Real, tinha uma variedade maior, mas sem fugir da base : carne picada, pimenta e coentro... com tortilhas (massa tradicional feita a base de milho) acompanhando. Há também uma variedade de ensopados de carne de frango, porco ou bovina... apimentadas e com coentro.

Na Guatemala você pode provar também bebidas típicas desta parte do mundo, como a Rosa da Jamaica (chá gelado de hibiscus, bem refrescante) e a Horchata. Esta última, inclusive, fez a Pati não esquecer de seu sabor por uma noite inteira! Bebida feita a base de água de arroz (como se fosse um arroz doce na forma de suco) é de difícil digestão e sabor marcante.
O café da manhã também não se parece em nada ao que estamos acostumados, assemelhando-se mais aos padrões americanos. Ovos, bacon, pães tostados e uma espécie de massa feita de feijão preto, bem densa e, digamos, nutritiva... Além, claro, das tortilhas. O café da manhã tradicional também existe, com bons pães, frutas e sucos...Aliás, a grande estrela gastronômica da nossa passagem pela Guatemala era presença obrigatória nas nossas manhãs, mas também nas tardes, nas noites : o café!!
Junto com Brasil e Colômbia, a Guatemala produz um dos melhores cafés do mundo. Equilibrado, ligeiramente adocicado, mas intenso, o café da região é sem dúvida o melhor que provamos até agora. A nossa referência era a rede de cafés Barista, espalhada por todo o país e que tem um café próprio muito saboroso; mas em qualquer lugar que pedíamos por um, era certeza que teríamos qualidade, mesmo em “botecos” de beira de estrada!


Em relação ao Belize, não dá para dizer que o país tem a sua culinária típica. A maior parte dos restaurantes seguem a tendência da cozinha caribenha, com misturas agri-doces nos temperos que acompanham peixes, lagostas (quando estão na época) e camarões; além do arroz de coco, frutas tropicais e banana frita. A maior parte dos bons restaurantes pertencem a cubanos, por isso o temido coentro fica de fora dos cardápios! Aliás, seguindo a origem multi-étnica do país, em Caye Caulker encontramos um ótimo restaurante italiano, mas também há mexicanos e até culinária chinesa. O melhor de todos, no entanto, é o los Habaneros, bem mais caro que a média da ilha (na verdade, com preços de São Paulo...) mas que entraria no ranking de qualquer publicação de melhores restaurantes de grandes capitais pelo mundo. Para comer bem e barato, tínhamos o Happy Lobster e o Bambooze, este último de frente para o mar, com assentos feitos por bancos suspensos por cordas, como balanços, e até wifi grátis! Nas “ruas” (que na verdade é uma só) ainda podemos encontrar uns rastafáris vendendo barracudas grelhadas embaladas em marmitas de isopor... não comemos, mas pareciam apetitosas!
 
Para encerrar o post, a avaliação das cervejas locais! A Guatemala possui duas principais, a Gallo e a... Brahva! Isso mesmo, a nossa brasileira Brahma está presente na Guatemala com “v” no lugar do “m” , por conta do significado da palavra original na pronúncia local (algo como cadela no cio...). Mais aguada do que na terra natal, é a cerveja mais barata, mas nem por isso a mais popular. A tradicional Gallo, local, é bem mais encorpada e saborosa, a preferida dos locais, e nossa também.
Em Belize, quem manda é a Belikin, que aparece nas formas Tradicional e Premium, tem sabor um pouco mais suave que a Gallo, mas ainda forte, longe daquelas cervejas draft que americanos e mexicanos tanto gostam... Na nossa preferência, entre as 3, vence a Gallo.
Não poderíamos deixar de citar também o rum guatemalteco, um dos melhores do mundo, e produtor do Zacapa, eleito o melhor do mundo por vários anos (os cubanos discordam...).
É isso, seguimos viagem, mas antes, vamos fazer uma boquinha...